À Segunda Vista

Coração Friorento

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Para sair ao sol, enrolo-me em um cobertor
um ventinho frio alcança-me mesmo assim
Todos na rua caminham alegres com calor
Mas o que fazer se um coração friorento há em mim?

Para tomar banho, nem tiro a roupa
meu queixo treme e abraço-me todo, em vão
Todos satisfazem-se com o nível seis, sem pompa
Mas o que fazer se o chuveiro não aquece o coração?

Para tomar café, adiciono leite fervente
o líquido gela-me a garganta ao escorrer por dentro
Todos aquecem o coraçãozinho com café quente
Mas o que fazer se o meu insiste em ser friorento?

Para amar, entrego-me ao máximo à tal da paixão
um vento frio gela-me o estômago e faz-me tremer
Todos, bem ou mal, conseguem curtir uma união
Mas o que fazer se um coração ciumento me faz temer?

Djonatha Geremias

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