Eu caio em mim
quando vejo que sou pó
eu que vivo e lido aqui
com meu silêncio e só
Não é sempre assim
tento me convencer
mas eu aprendi
que o tempo é de crochê
Fio a fio enlaçado
aquecendo contra o frio
a vida nua e inábil
que suava prazer juvenil
No crochê eu escondi
minha insegurança e medos
mas não adiantou
bem cedo eles cresceram
Selvagens que são
descobri que são carnívoros
Se alimentam do meu coração
Em poesia dura
que não se encontra em livros
Agora meus marcados olhos mostram
em frente ao espelho
o monstro que me tornei
assassina de um amor
de cuja eventual rejeição
a simples ideia não suportei
Djonatha Geremias
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